As estrias são, sem sombras de dúvidas, um dos maiores terrores das mulheres. O problema, que também afeta o sexo masculino, é amplamente estudado pela Dermatologia, por ser ainda hoje, um problema difícil de se resolver.
A indústria de cosméticos se aproveita desse problema, lançando todo ano várias novidades, sendo que muitas delas nem ao menos têm eficácia comprovada. Você sabe como as estrias surgem e quais suas causas? Como podemos prevenir e tratá-las da melhor forma? Descubra tudo isso nesse artigo que solucionará suas principais dúvidas sobre as estrias!
O que são as estrias?
Você já deve conhecê-las: as estrias são faixas de coloração diferente da nossa pele, com um formato de cicatrizes. Quando são novas (recentes), as estrias trazem uma cor avermelhada ou roxa. Depois de um tempo, as estrias mais velhas tornam-se esbranquiçadas.
Como elas surgem?
Como você talvez já saiba, nossa pele é composta por duas camadas: a epiderme (a camada mais superficial) e a derme (a camada logo abaixo da epiderme). Cada uma tem uma função específica:
A epiderme é a camada de contato com o meio externo, que defende nossos tecidos mais internos contra infecções e é à prova d’água.
Já a derme é o tecido que sustenta nossa pele e produz tecido de sustentação, diminuindo o estresse e tensão sobre nossos tecidos.
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A camada superficial da pele (epiderme) tem células que conseguem se reproduzir rapidamente quando necessário. Quando estamos em situações propícias, como na adolescência em fase de crescimento ou ao ganhar peso rapidamente (como na gravidez), a pele deve se reproduzir rapidamente para cobrir uma maior área de superfície.
O problema é que a derme nem sempre acompanha essa reprodução rápida, por vários motivos (que veremos adiante). Quando isso acontece, a pele que cresceu perde seu tecido de sustentação (composto de colágeno, fibras elásticas e outros componentes). Isso causa as estrias: um espaço de epiderme sem a quantidade suficiente de derme, que deveria estar por baixo dela!
É por isso que, quando passamos o dedo levemente sobre as estrias, notamos que elas geralmente são “afundadas”, um espaço de depressão se comparado com a pele normal adjacente (próxima).
Causas das estrias
As estrias são, portanto, um problema da derme e não da epiderme. Portanto, o alongamento da pele em si não é a causa primária das estrias: elas só “direcionam” as regiões em que as estrias acontecerão e o tamanho delas.
As principais causas de estiramento da pele (que propicia a formação de estrias) entre mulheres incluem: idade materna baixa (gravidez na adolescência, por exemplo), alto Índice de Massa Corporal (IMC) e ganhos de peso superiores a 15 kg.
Além disso, quanto maior o peso do bebê, mais chance de surgirem estrias. A faixa da adolescência é a mais propícia ao surgimento de estrias graves. Já as causas das estrias (que diminuem a formação da derme ou tecido de sustentação da pele) incluem principalmente alterações hormonais e uma influência genética, além da dieta e de exercícios.
A influência dos hormônios glicocorticóides é a principal alteração hormonal que facilita o surgimento de estrias. Os glicocorticóides são uma classe de hormônios que incluem o famoso corticosteróide ou corticóide. Os corticóides agem diretamente na derme impedindo a formação de fibras de colágeno e fibras elásticas pelos fibroblastos, as células que ficam nessa camada da pele.
A dieta, assim como em tudo na vida, também influencia muito no surgimento de estrias e da gravidade delas. Uma dieta pobre em proteínas e aminoácidos essenciais pode impedir que a produção de colágeno, fibras elásticas, além de outros componentes da derme seja perfeita.
É também importante a absorção ideal de micronutrientes (vitaminas e sais minerais), que ajudarão a utilizar as proteínas e outros componentes da sua dieta de forma adequada. Os exercícios ainda estão sendo estudados como possíveis causas de estrias.
A hipertrofia ou crescimento muscular (proporcionada por exercícios físicos como a musculação), quando acontece de forma muito rápida, estira a pele a uma velocidade que a derme pode não acompanhar, causando as estrias. É semelhante à o que acontece na fase de crescimento ou “estirão”, que conta além do crescimento muscular, um crescimento ósseo e de outros componentes do corpo.
Doenças que causam estrias
Sempre que o surgimento de estrias não acompanhe uma gravidez, aumento de peso rápido ou a fase de crescimento na adolescência, precisamos suspeitar de uma doença causando as estrias.
A principal doença que gera estrias é a síndrome de Cushing, que é uma síndrome caracterizada pelo excesso de Cortisol (um glicocorticóide ou corticosteróide) circulante no sangue.
A síndrome de Cushing é causada por um tumor em adrenal (glândulas endócrinas que ficam em cima dos rins), por um tumor em hipófise (uma região específica do cérebro) ou, principalmente, pelo abuso de medicamentos corticóides. As estrias da Síndrome de Cushing surgem principalmente no abdômen e geralmente são bastante roxas.
Outros sintomas incluem aumento de peso rápido, rosto avermelhado e redondo (a chamada “fases de lua cheia”) e diminuição do crescimento, quando afeta crianças. Outras doenças causadoras de estrias são aquelas em que há diminuição da produção correta de colágeno (colagenoses), como a Síndrome de Ehlers-Danlos. Estas são doenças muito menos comuns.
Tratamento das estrias
Como dissemos lá no início do artigo, a indústria farmacêutica, de cosméticos e pesquisas científicas ainda não encontraram um tratamento ideal para as estrias. Como vimos, as estrias são uma doença da derme. Portanto, os tratamentos mais usados hoje em dia são aqueles que estimulam a produção de colágeno, como o peeling.
A mesoterapia age de forma semelhante, onde é injetada diretamente nas estrias uma substância que estimula a formação de fibras de colágeno. O laser também atua de forma semelhante, promovendo a formação de novo colágeno.
A lipoaspiração, em alguns casos, pode ser usada no tratamento e na prevenção de estrias, por também estimular a produção de colágeno e diminuir a distensão causada pelo excesso de gordura na região. Hoje em dia também são usados cremes à base de Retinol (Vitamina A).
Ainda que a eficácia desses cremes não tenha sido totalmente comprovada por estudos, a Vitamina A já foi extremamente estudada e é essencial para a manutenção de uma pele saudável.
Como prevenir as estrias
Como ainda não há um tratamento ideal, a melhor forma de combater as estrias é evitando que elas apareçam no seu corpo! Para isso, é importante uma hidratação diária correta, tomando 2 a 3 litros de água diariamente.
É importante também manter a pele bem “alimentada” com as substâncias necessárias para a produção correta de seus componentes, especialmente o colágeno.
Cremes à base de colágeno, ao contrário do que muitos pensam, parecem não funcionar para repor o colágeno em falta ou prevenir sua diminuição. Isso porque o colágeno é uma estrutura grande, que não penetra na pele para chegar à derme.
Por isso, cremes para prevenir estrias devem conter substâncias menores, usadas na produção do colágeno: são os chamados peptídeos (aminoácidos ligados), que são componentes menores das proteínas e, por isso, penetram na pele mais facilmente.
Cremes bons também usam ácidos graxos ligados a esses peptídeos, para facilitar sua penetração em camadas mais profundas.
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